“Pai Nosso, que estais nos céus…” – Mateus 6.9
– O erro de concordância gramatical saltou-me aos olhos; o para choque daquele caminhão trazia a seguinte frase: “Se tu és filho de Deus, eu sou seu irmão”. Independente do erro de português com a mistura de “tu com seu”, ou, a segunda com a terceira pessoa do singular, o pensamento transmitido naquela frase poderia escandalizar muita gente! Isso porque o autor da frase estava deixando uma dúvida no ar: “Existem pessoas que são filhos de Deus e outros que não o são!”. Essa dúvida fica clara quando ele escreve a respeito de uma condição: “- Se tu és filho de Deus…”
– O fato é que existem alguns ditados populares que, embora não reflitam uma verdade imutável, tornam-se “como verdade” pela tradição ou pela sua repetição. Vamos nos lembrar de alguns destes ditos: “A voz do povo é a voz de Deus”, “O homem é produto do meio” fica a impressão que são afirmações verdadeiras. Outro ditado diz que “Todos são filhos de Deus”, e este pensamento, muito difundido e repetido, é aceito por muitos, principalmente por quem ainda não conhece o que diz a Bíblia sobre esse tema. Já percebi que diferentes pessoas defendem essa afirmação com unhas e dentes, tanto os humildes como os “entendidas”, como é o caso de um diretor de empresa conhecido meu; homem muito culto.
– O ser humano, criado por Deus conforme Sua imagem e semelhança, perfeito na sua criação, permaneceu assim até que o pecado fez morada em seu coração; a partir deste ato de rebeldia, o homem desviou-se da vontade do seu Criador e resolveu que seria igual ao Pai, ou seja, “conhecedor do bem e do mal”. Neste momento a relação de filiação do homem para com Deus, que existia, deixou de existir. Isso aconteceu unicamente por causa de uma decisão unilateral do primeiro casal criado. Certamente Deus ficou triste com esta decisão e, por isso mesmo, o ser humano e a própria natureza foram punidos. Deus permite, então, que o homem se afaste dele e viva suas próprias decisões! Em consequência o homem morre espiritualmente por afastar-se do Pai e seguir seu próprio caminho, conforme está escrito: “O salário do pecado é a morte”! (Rm 6.23).
– Mas o próprio Criador providencia um plano para resgatá-lo das amarras do pecado, plano que foi colocado em prática com a encarnação do próprio Deus, quando o Verbo se fez carne e habitou entre nós! (Jo 1.14). E o Verbo Divino, Jesus Cristo, o único Filho Verdadeiro, se faz presente no nosso meio; vem primeiramente para os que eram seus.
– Jesus Cristo, a luz que alumia o mundo não conseguiu clarear as trevas que se manifestavam entre muitos de seu próprio povo. Mas a Palavra de Deus nos garante que o plano da salvação continua… E sabem como? Deus providencia uma adoção, ou seja, adota como filhos queridos aqueles que passam a crer em Jesus, seu Filho Verdadeiro. Portanto nós somos filhos adotados graças ao bom Deus! Um novo Israel de Deus se forma, um novo povo se levanta: a Igreja, corpo invisível de Cristo, formada por todos os cidadãos do Reino que têm fé no nome do Filho Unigênito! E assim, o homem, agora adotado, passa a ter o status de filho de Deus tornando-se co-herdeiro das promessas em Cristo Jesus, o único Filho de Deus. Plano perfeito! Boas novas de salvação para todos os que creem!
– E muita gente que não conhece esse plano maravilhoso afirma que todos somos filhos de Deus! Não é assim que a Bíblia nos fala, visto que nem todos creem em Jesus Cristo. Você crê nisso? “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo…” (Ef 1.3-5). Gente boa, há um cântico onde, ao nos colocarmos na posição de filhos, chamamos nosso Deus pela expressão ‘Abba Pai’ que traduzido é Paizinho, forma íntima e carinhosa que Jesus Cristo usou e nos ensinou a usar para com o Criador.
Resumo: Deus Pai nos fez filhos seus pelo seu amor e sua graça revelada em Jesus Cristo. – Leia Romanos 8.13-17