“Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe.” Apocalipse 21:1
Onde está o céu? O que é o céu? É um lugar? É uma condição de vida? Será uma dimensão diferente de vida? Está distante ou ao nosso alcance? Se Deus está no céu, então devemos saber algo a respeito desse céu. Sendo Ele nosso Pai e o céu seu ambiente natural, devemos compreender como é esse reino!
Nas Escrituras a palavra “céu” é usada para descrever três reinos diferentes. Muitas vezes refere-se à atmosfera terrestre. A formação das nuvens, a chuva, a neve ou o orvalho e geada são considerados originários do céu. Veja o que diz Isaías 55.10: “Porque assim como descem a chuva e a neve dos céus, e para lá não voltam, sem que primeiro reguem a terra..”.
Em segundo lugar a palavra “céu ou céus” é usada para descrever o espaço exterior referindo-se ao sol, lua e galáxias imensas que se espalham pelo infinito. “Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos” diz o Salmo 19.1.
Finalmente há o terceiro céu, descrito no Novo Testamento como o Reino de Deus, sendo muitas vezes descrito como um lugar definido, um país celestial, uma Nova Jerusalém, um lar preparado para os filhos de Deus.
Por causa disso há uma confusão na cabeça de muitas pessoas a respeito do “céu”. A Palavra nos diz que Deus está no céu. Estará na atmosfera? Ou no espaço exterior? Ou ainda no reino dos justos? Lembremo-nos que Deus é Espírito e capaz de estar em qualquer lugar e em todos os lugares. Seu amor se manifesta na chuva que cai pelos campos, florestas e montes, no ar que respiramos e que nos dá vida e na água e no alimento que nos sustentam. O sol e seu calor dirigindo as estações do ano, sem o qual a vida não existiria, é uma dádiva de nosso Pai. E ao contemplarmos uma noite estrelada e a magia do luar nossa alma é invadida pela presença de Deus. Como é bom saber que nosso Pai está no “céu” e realmente “mantém o mundo todo em suas mãos!” (Jó 41.11).
Agora, para entender alguma coisa do terceiro tipo de céu precisamos voltar nossa atenção para a dimensão espiritual da vida. Nossa capacidade de entender coisas celestiais é muito limitada e sempre condicionada à nossa existência terrena. Não conseguiríamos entender o céu espiritual pois nosso referencial é o “aqui e agora”. Porém temos que nos lembrar que este é o ambiente natural de nosso Pai, é a sua habitação e é o lugar que Ele deseja partilhar conosco. Um lugar onde seremos principal e completamente “livres”; livres das tentações, das lágrimas, da morte, da tristeza e da dor. Lá não haverá templo nem santuário, no sentido de que não haverá as barreiras e as divisões das denominações. Não haverá sol, nem lua, nem noite, nem escuridão, nem corrupção, nem falsidade, nem mentira ou desonestidade; tudo isto terá fim! Estaremos na presença de Deus que vê nosso íntimo e estaremos livres do pecado que hoje nos assola. É difícil imaginar, porque somos limitados pelos nossos conhecimentos e pré-conceitos; não conseguiríamos ser tão espirituais! Mas esse é o reino de Deus, seu meio e seu habitat.
Mas lembremo-nos que a Bíblia ensina que Jesus se alegra em habitar em qualquer coração que O convida, sendo este um conceito maravilhoso do cristianismo vitorioso. Se Cristo habita em meu e no seu coração, pelo seu Espírito, então deverá haver um antegozo do céu na minha e na sua vida “aqui e agora”. Quando Jesus ensinou: “Pai Nosso que estás nos céus”, Ele não estava pensando em um pai distante em algum céu remoto. Ele estava se referindo àquele cuja existência era parte vital de Sua própria vida. O que foi verdade em Cristo quando Ele viveu na Palestina pode ser verdade em nós hoje, “aqui e agora”.
O “Pai Nosso que estás nos céus”, está também no meu, no seu, em nosso coração. Saber isso é conhecer uma nova dimensão para a vida. Sentir a presença de Deus, nosso Pai, no íntimo do nosso ser, é ter nossos pés dirigidos no caminho do céu.